Motim na Câmara dos Deputados
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara, Hugo Motta, decidiu enviar o caso de deputados que obstruíram o início do trabalho na Casa e ocuparam a Mesa Diretora do plenário nesta semana. Motta indiciou o afastamento por até seis meses dos parlamentares.
“A Mesa da Câmara dos Deputados se reuniu nesta sexta-feira, 8 de agosto, para tratar das condutas praticadas por diversos deputados federais nos dias 5 e 6. A fim de permitir a devida apuração do ocorrido, decidiu-se pelo imediato encaminhamento de todas as denúncias à Corregedoria Parlamentar para a devida análise”, disse comunicado divulgado pela Câmara dos Deputados.
A decisão ainda precisa passar por análise do Conselho de Ética nos próximos dias.
Quem são os deputados?
O deputado estava sentado na cadeira de Motta quando o presidente da Câmara entrou no Plenário para retomar o controle da Mesa – que estava tomada por deputados da oposição.
Zé Trovão teria obstruído a escada que leva à Mesa da Câmara quando o presidente da Câmara tentou passar para o local.
A deputada levou sua filha de quatro meses ao plenário da Câmara e também chegou a ocupar a cadeira de Motta
- Marcel van Hattem (Novo-RS)
van Hattem também ocupou uma das cadeiras da Mesa Diretora e resistiu para deixar o lugar.
Camila Jara (PT-MS)
A deputada é acusada de agressão pelo também colega Nikolas Ferreira (PL-MG) durante confusão no Plenário da Câmara
Entenda
Na última terça-feira (3), políticos ocuparam o plenário da Câmara e do Senado para que textos de interesse da oposição fossem pautados, como o projeto que prevê anistia para os envolvidos nos ataques do 8 de janeiro e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro só deixaram as mesas diretoras do Congresso na última quarta-feira (6) após longa negociação medida pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Ao reassumir seu logo na presidência da Câmara e iniciar os trabalhos, Hugo Motta fez longo discurso em que pediu diálogo e respeito e encerrou a reunião sem votar nenhuma matéria.
“A presidência da Câmara é inegociável. Quero que isso fique bem claro. As matérias que estão saindo sobre a negociação feita por esta presidência para que os trabalhos fossem retomados não está vinculada a nenhuma pauta. O presidente da Câmara não negocia as suas prerrogativas, nem com a oposição, nem com o governo, nem com absolutamente ninguém”, declarou Hugo Motta.