Rubens Barrichello na Ferrari
Esse salto aconteceu em 2000. Rubinho foi chamado para a Ferrari, se tornando o primeiro brasileiro a pilotar pela escuderia mais vitoriosa e tradicional do mundo. Na época, a equipe vivia um longo jejum de títulos e via na dupla Michael Schumacher e Barrichello a chave para reverter essa história.
Logo nas primeiras corridas, Rubinho se adaptou bem. Subiu ao pódio em seis das dez primeiras provas. A vitória, no entanto, ainda parecia distante.
O Grande Prêmio da Alemanha não parecia o cenário ideal. Após um problema no treino classificatório, Barrichello largou apenas da 18ª posição no grid. A expectativa era por uma corrida de recuperação — e foi exatamente isso que ele entregou.
Logo na largada, Schumacher foi tirado da prova. Coube a Rubinho a missão de representar a Ferrari. Um a um, ele foi ultrapassando os adversários, até que um invasor invadiu a pista e forçou a entrada do safety car.
Rubinho já estava em terceiro, o que por si só seria notável. Mas a reviravolta viria do céu de Hockenheim. A chuva começou a cair e o líder Mika Hakkinen parou nos boxes para trocar pneus. Barrichello, no entanto, apostou alto: decidiu continuar na pista com pneus para piso seco, mesmo sob chuva.
A decisão contrariou a equipe, mas mostrou o quanto o brasileiro confiava no próprio instinto. Com coragem, técnica e frieza, ele escapou das armadilhas da pista molhada e manteve a liderança até a bandeira quadriculada.
Após 123 GPs de espera, Rubinho finalmente conquistava sua primeira vitória. Foi também o fim de um jejum de mais de sete anos para o Brasil na Fórmula 1. Um momento que emocionou o país e cravou o nome de Barrichello na história da categoria.
Legado e velocidade além da Fórmula 1
Rubinho seguiria na Ferrari até 2005, conquistando mais oito vitórias e sendo peça fundamental nos cinco títulos de construtores da equipe de Maranello. Depois, ainda correu por Honda, Brawn GP e Williams, antes de encerrar a carreira na F1.
De volta ao Brasil, venceu duas vezes a Stock Car e segue competindo com a mesma paixão de sempre. Mas, mesmo com tantas conquistas, nenhum momento talvez tenha sido tão especial quanto aquela tarde em Hockenheim.