A juíza que manteve a medida socioeducativa de semiliberdade para o menor considerado um dos seguranças do Doca, um dos chefes do Comando Vermelho, declinou da competência do caso. A decisão de quarta-feira aconteceu no mesmo dia que o Degase comunicou a Vara de Execuções de Medidas Socioeducativas sobre a evasão de Menor Piu.

Ainda não há informações se um novo mandado de busca e apreensão foi expedido após o adolescente de 17 anos apresentar um atestado médico falso para sair da unidade na Zona Norte do Rio para o qual foi encaminhado após se entregar na semana passada.

Ele já tinha apresentado outro em maio deste ano e ficou evadido por dois meses. Em novembro do ano passado, ele foi apreendido por roubo majorado e tentativa de homicídio contra policiais militares. A juíza Lívia Bechara de Castro decretou internação para o jovem de ao menos seis meses.

No entanto, antes do prazo, ele recebeu progressão para semiliberdade, quando pode sair do Degase para atividades externas durante o dia e ir para casa aos finais de semana.

Menor Piu, também considerado como um dos maiores ladrões de carros do estado, já tinha passado pela Vara de Infância e Juventude ao menos seis vezes

O adolescente se entregou no último dia 22, após fugir de uma operação da corporação para apreendê-lo na mansão do rapper Oruam, no Joá, na Zona Oeste do Rio. Na ação, o cantor e amigos atacaram policiais civis a pedradas. Segundo os investigadores, Menor Piu aparece em imagens que mostram o cantor jogando pedras contra a polícia e fazendo ameaças.

Outro integrante do núcleo familiar também é envolvido com o tráfico de drogas, especificamente o Comando Vermelho. O irmão de Piu, conhecido como “Mato Velho”, está internado em uma unidade do Degase em Volta Redonda, no Sul Fluminense. Nas redes sociais, o criminoso aparece em fotos que foram vazadas de dentro da unidade.

O irmão de Menor Piu já tinha conseguido fugir de uma unidade da Ilha do Governador, na Zona Norte. Em seguida, foi novamente apreendido e levado para Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, quando houve suspeita de tentativa de resgate dos dois que estavam juntos na mesma unidade.

Assim como Menor Piu, que foi transferido diversas vezes, a prática também ocorre com Mato Velho, em decorrência da alta periculosidade dos dois e do risco de resgate.