Teerã confirma ofensiva contra Al Udeid; Washington havia evacuado aeronaves dias antes. Trump promete resposta com “força muito maior”
A TV estatal iraniana informou nesta segunda-feira (23) que o Irã lançou um ataque contra a base aérea americana de Al Udeid, no Catar, em resposta aos bombardeios dos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas no último sábado.
A operação, batizada de “Bênção do Fatah”, foi confirmada por meios oficiais iranianos. Fontes locais relataram explosões em Doha, capital do Catar, conforme divulgado pela Fox News.
Antes do ataque, o presidente iraniano Mahmoud Pezeshkian havia prometido retaliação. “Não começamos esta guerra, nem a desejávamos. Mas não deixaremos sem resposta nenhuma agressão contra o Grande Irã. Defenderemos a segurança da nossa nação com fé, sabedoria e determinação”, afirmou em publicação na rede social X.
Alvo estratégico no Golfo
A base de Al Udeid é a maior instalação militar dos Estados Unidos no Oriente Médio. Localizada ao sudoeste de Doha, abriga cerca de 10 mil soldados americanos e é um ponto-chave nas operações dos EUA contra o grupo Estado Islâmico (ISIS) no Iraque e na Síria.
O local também serve como sede do Comando Central (CENTCOM) e conta com ativos militares estratégicos, como bombardeiros B-52, aviões de transporte C-17 Globemaster e aeronaves de reconhecimento RC-135 Rivet Joint. Forças britânicas também utilizam a estrutura em operações conjuntas.
Imagens de satélite divulgadas na semana passada já indicavam a movimentação de aeronaves dos EUA para fora da base, como medida preventiva após a escalada da tensão.
Antecedentes da ofensiva
O ataque iraniano ocorre após os Estados Unidos lançarem 14 bombas do tipo “destruidora de bunkers” contra três instalações nucleares no Irã, utilizando bombardeiros estratégicos B-2. A ação marcou um novo pico nas tensões entre os dois países.
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, general Abdolrahim Mousavi, declarou que as Forças Armadas iranianas estão autorizadas a tomar qualquer medida contra os interesses militares americanos. “Nunca recuaremos”, afirmou em comunicado oficial.
Em resposta, o ex-presidente americano Donald Trump, que esteve na base de Al Udeid no último dia 15 de maio, alertou que “qualquer retaliação do Irã será enfrentada com uma força muito maior do que a vista até agora”.
Papel do Catar na crise
O governo do Catar, que mantém relações diplomáticas tanto com Teerã quanto com Washington, suspendeu todos os voos comerciais antes do ataque e afirmou que tomaria “todas as medidas preventivas necessárias” para proteger sua população.
O país vinha negociando a ampliação da base americana, fortalecendo sua cooperação militar com os EUA, inclusive com a assinatura de um acordo de venda de armamentos de US$ 1 bilhão durante a visita de Trump.
Esta é uma notícia em desenvolvimento. Novas atualizações serão publicadas ao longo do dia.