O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, abriu a sessão desta quarta-feira (6) cercado de parlamentares governistas e de oposição.

“A oposição tem todo o direito de se manifestar. A oposição tem todo direito de expressar sua vontade. Mas tudo isso tem que ser feito obedecendo o nosso regimento, obedecendo a nossa constituição. Não vamos permitir que atos como esse que aconteceram entre o dia de ontem e hoje possam ser maior que o plenário e a vontade dessa casa”, disse.

“Não podemos deixar que projetos individuais, projetos pessoais ou até projetos eleitorais possam estar à frente daquilo que é maior que todos nós, que é o nosso povo, a nossa população”, completou.

Motta convocou a sessão para as 20h30, mas enfrentou resistência de deputados aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que protestam contra a prisão domiciliar de Bolsonaro decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

Após muita negociação, o presidente da Câmara conseguiu sentar no plenário por volta das 22h30 e iniciou os trabalhos.

Hoje mais cedo, os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, já deixaram claro que não vão negociar com a “faca no pescoço”. 

O plenário da Câmara amanheceu com deputados de oposição, que se revezaram para manter a mesa ocupada. Nada de sessões também no Senado, onde o senador Magno Malta se acorrentou à mesa. 

Foi o segundo dia de protesto contra a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, o que irritou o comando do Congresso. A oposição se recusou a participar da reunião de líderes partidários convocada por Hugo Motta.

Os governistas dizem que a paralisação dos trabalhos prejudica a população, já que projetos importantes para a economia não podem ser votados, como a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. 

“Parte expressiva do Parlamento está com essa postura de não deixar funcionar o Parlamento. Isso é uma agressão à democracia. Você tem formas regimentais de fazer a obstrução”, disse Rodrigo Rollemberg, deputado federal do PSB.