Casos de câncer aumenta entre os que têm menos de 50 anos
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A fisioterapeuta Paola Passos se emocionou ao lembrar-se do período mais difícil que viveu. Quando tinha 38 anos, com uma bebê de dois anos e grávida, descobriu o câncer de mama.
“Eu precisava encarar a vida, viver aquele momento presente e fazer com que minha filha soubesse que eu estava lutando por ela”, disse Paola.
O parto foi induzido e a bebê nasceu prematura para a Paola continuar a quimioterapia. Três anos depois do tratamento, a doença está em remissão.
“O câncer, hoje, não é mais uma sentença de morte. O câncer, hoje, é uma doença que a gente tem que enfrentar como se fosse uma diabete, como se fosse qualquer outro tipo de doença crônica. Então, a gente precisa olhar para o câncer de forma diferente”, continuou a entrevistada.
Um levantamento do periódico científico BMJ Oncology revelou que, nos últimos 30 anos, houve um aumento de quase 80% no número de novos casos de câncer, especialmente em pessoas com menos de 50 anos. O estudo analisou 29 tipos da doença, em 204 países.
Segundo a pesquisa, o mais comum, em pessoas até 50 anos, é o câncer de mama, seguido do colorretal, de próstata, de tireoide e de colo do útero.
“O que a gente tem visto é a mudança na sociedade. As pessoas, com hábitos cada vez mais sedentários, com ingesta de alimento de pior qualidade. Praticar atividade física é superimportante. Alimentação saudável, com frutas, legumes, fibras. Não fumar, de jeito nenhum”, explicou a oncologista Débora Dornellas.
O sucesso do tratamento depende do diagnóstico precoce. Para a médica, há pessoas deixam de fazer exames preventivos por medo de “acharem alguma coisa”, comportamento que não deve ser seguido.
“Muitas pessoas não fazem exames por terem medo de achar alguma coisa, mas quem procura acha, e quem acha vence”, concluiu a especialista em entrevista ao Jornal da Band.