O cientista político Fernando Schuller avalia que é um erro classificar como um ataque contra a soberania brasileira a decisão dos Estados Unidos de sancionar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
O colunista da BandNews FM analisou a decisão da Casa Branca de aplicar a Lei Magnitsky contra o magistrado. Ele citou casos de “censura prévia” analisados pelos americanos, como prisões sem tempo determinado e sem condenação; inclusão de cidadãos americanos em inquéritos no Brasil, como o caso de Elon Musk; bloqueio das redes sociais Rumble e X; e a captura de recursos de empresas dos EUA, como a Starlink.
“Uma grande democracia não pratica censura prévia”, acrescentou o professor, que também citou a proibição do uso das redes sociais pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na avaliação do cientista político, a sanção dos Estados Unidos poderia ser comparada a um eventual lei brasileira que impedisse a entrada no país de pessoas que infringiram direitos humanos em outras nações.
“Os Estados Unidos tomaram uma decisão própria da sua soberania. Acho que está equivocado esse conceito de que existe uma invasão da soberania. Você pode concordar ou não. Os Estados Unidos estabeleceram critérios a partir dos quais sanciona do ponto de vista dos interesses americanos”, afirmou Schuller. Ele finalizou apontando que o momento “é muito ruim para o Brasil” e que a sanção “não ajuda nas negociações” do tarifaço.