Cíntia Chagas com deputado Lucas Bove
Reprodução/Instagram/@cintiachagass
A influenciadora e educadora Cíntia Chagas emocionou o público ao relatar, em entrevista exibida neste domingo (3) no programa Domingo Espetacular, da Record TV, os episódios de violência física e psicológica que enfrentou em um casamento que durou apenas três meses com o deputado estadual Lucas Bovi. Pela primeira vez, ela falou abertamente sobre as agressões e o trauma vivido.
“Eu sofri violência física, psicológica, fui chantageada e tive de desenvolver, com muita ajuda psiquiátrica, uma força sobrenatural para continuar de pé”, contou.
Segundo Cíntia, as agressões começaram de forma sutil, com sinais que muitos ainda ignoram como violência. “O soco não surge do nada. Primeiro vem o empurrão, depois um beliscão, depois um objeto que é lançado na sua direção, socos na parede, socos na mesa e a coisa evolui”, afirmou.
O relacionamento, que terminou em 2024 após apenas três meses do casamento oficial, foi marcado por episódios cada vez mais graves de abuso. Em um dos trechos mais fortes do depoimento, ela revelou que chegou a apanhar. “Quando nós apanhamos, porque eu apanhei, eu sei o que é… No dia seguinte vem aquele pedido de desculpas, e nós queremos resgatar aquele homem pelo qual nos apaixonamos”, disse.
Cíntia também falou sobre o impacto emocional das agressões. “Tiveram momentos que me senti responsável por estar sendo agredida. Eu ouvia que era egoísta, que só pensava na minha profissão. Que, por não ter tido pai, eu não sabia lidar com homens. Eu ouvia que, ao lado da pessoa em questão, eu aprenderia de uma vez por todas a ser mulher”, declarou, chorando.
Segundo ela, os abusadores sabem manipular as fragilidades emocionais de suas vítimas. “Eles lidam com aquilo que é mais frágil em nós e que tem a ver, muitas vezes, com a nossa criação.”
A decisão de sair do relacionamento veio quando ela percebeu que sua vida corria perigo. “No momento que eu vi que o próximo passo seria, de fato, a minha morte, foi a hora que eu disse: ‘não dá mais’.”
Ao final da entrevista, Cíntia fez um apelo às mulheres para que reconheçam sua força e busquem autonomia emocional. “Quando a mulher entender que ela deve ser o pai dela, que ela deve ser a dona da vida dela, que ela deve cuidar da própria proteção e que ela só precisa de um homem que dê amor a ela, ela sairá desse ciclo em que entra e sai de relacionamentos violentos e finalmente encontrará um homem que de fato a ame.”